Você se considera preparado para 2010 ?

Especialistas recomendam visão crítica, capacidade de trabalhar em grupo, observar e inovar sempre no atual cenário econômico do país
Que efeitos sua Empresa provoca depois que vendeu e lucrou. 

A marca deve ir além do nome pessoal do empreendedor e materializar um modo de fazer negócios que desperte confiança e admiração
A maioria dos nossos clientes é de empresas grandes, complexas e bem- sucedidas. Mas nem sempre o foram.
Quando somos contratados para levar a competência do branding para a gestão de uma empresa, a primeira atividade que temos é estudar a sua história, desde a criação do empreendimento.
Nessa hora, ganhamos intimidade com o pensamento do fundador e o que aprendemos é que na origem dessas empresas sempre há um pensamento inspirador, um sonho, um modo de pensar e de fazer as coisas muito próprio, diferente do que era costume naquela época.
Para ilustrar, eu podia contar a história da TAM do Rolim Amaro, da Natura do Luiz Seabra, do Martins do Alaor Martins, da Globo do Roberto Marinho, do Grupo Algar do Alexandrino Garcia ou da Suzano do Leon Feffer. Todos esses fundadores inovaram porque tinham uma visão crítica sobre a sociedade e os negócios em sua época. Essa visão crítica os fez propor novas e melhores maneiras de servir a seus públicos. Sem exceção, todos eles tinham a intenção e o compromisso de fazer algo novo, bom e benfeito. E lutaram tanto para colocar de pé o seu desejo e o seu pensamento que deixaram sua marca na sociedade.
Sua marca não era o seu nome pessoal, mas o nome da empresa e dos produtos que materializavam uma maneira de pensar e de fazer negócios que despertava a confiança e a admiração em todos os seus relacionamentos.
Isso é branding
E é por isso que a gente diz que, apesar de o branding ser uma disciplina nova, ele é muito antigo, como prática das empresas que trilharam o caminho do sucesso.
Porque o branding é uma abordagem de gestão que traz a percepção de valor como um dos indicadores do sucesso atingido pelo empreendimento.
Percepção de Valor é aquilo que a empresa deixa nos seus relacionamentos depois que ela capturou seu resultado em vendas e lucro.
Isto é, como as pessoas que foram mobilizadas para gerar o resultado — os fornecedores, os funcionários, os distribuidores, os consumidores etc. — ficaram depois que participaram do processo de gerar o resultado da empresa?
Gostaram? Ficaram satisfeitas? Aumentaram a admiração e a confiança nos seus produtos, seus processos, suas práticas, o modo de a empresa fazer negócios?
Se a resposta for negativa, o futuro da empresa está em risco, porque para fazer de novo o mesmo volume de vendas vai custar mais caro.
Se a resposta for positiva significa que a empresa criou um patrimônio de mercado, que o seu futuro está mais garantido, que seu custo de crescimento será menor porque as pessoas terão o precioso good will para emprestar dinheiro, para consumir, para trabalhar e fornecer.
Em geral, o fundador de uma empresa que será grande age segundo a sua intuição. Costumamos dizer que ele age by the soul, isto é, seguindo sua alma. Ele não age by the book, segundo um manual ou segundo as melhores práticas aprendidas nas escolas de administração, mesmo porque a maioria dos fundadores não teve oportunidade de estudar.
É claro que, na medida em que crescem e ficam complexas, é necessário sistematizar, “manualizar” e instalar controles para manter a qualidade. Mas o que não precisa e não pode acontecer é perder o espírito crítico e sonhador que fez a empresa nascer e crescer competitiva e inovadora.
Se você é do tipo fundador de um empreendimento que será grande, pratique o branding conscientemente: cultive os seus relacionamentos deixando clara a sua visão de mundo e de negócios, crie produtos e serviços, processos e procedimentos que expressem sua visão. Não se contente com isso. Siga adiante e crie também vínculos de qualidade com todo o seu elenco de relacionamentos. Além disso, não deixe de marcar a presença de sua empresa: procure criar uma identidade marcante. E não se esqueça de um passo de importância fundamental: registre tudo.
Registre tudo, deixando claro o porquê de suas decisões e orientações para que seus companheiros e sucessores vejam e entendam o que você vê e eles não. Esse será o ativo intangível mais valioso que vai garantir a perenidade da sua empresa.
Nesse mundo maluco do século XXI, cheio de ameaças e de oportunidades imprevisíveis, a clareza dessa maneira de pensar e decidir, uma vez compartilhada, é que vai garantir a sensibilidade e a agilidade que levarão sua empresa a se tornar grande.
Fonte: Revista PEGN