Os benefícios de trabalhar em empresas brasileiras!

Muitos altos executivos têm trocado as multinacionais por companhias locais, por conta da possiblidade de um melhor retorno financeiro e de uma maior exposição no mercado.
Há cerca de quatro anos, muitos executivos começaram a trocar os cargos em empresas multinacionais pelo desafio de assumir posições de comando em companhias brasileiras. De forma geral, esses profissionais são atraídos por salários e bônus interessantes, além de enxergarem uma maior autonomia.
Para o diretor da consultoria em recursos humanos Hay Group no Brasil, Alexandre Fialho, a recente crise internacional serviu para intensificar esse interesse dos executivos por empregos em companhias brasileiras. No período, o País ganhou destaque por conta do excelente desempenho da economia e ganhou uma exposição internacional. "Estar no Brasil é algo valioso para a carreira nesse momento", ressalta Fialho.
Outro fator favorável, segundo o especialista, é a própria remuneração oferecida pelas empresas locais. Segundo ele, hoje o Brasil apresenta salários elevados em comparação a países desenvolvidos, que foram mais afetados pela crise. “Há casos de executivos que chegam a ganhar 40% acima de seus chefes lá fora”, conta o diretor da Hay Group.
Os bons ventos para quem quer atuar em empresas brasileiras deve também trazer à tona um problema enfrentando por muitas empresas locais antes da crise: a falta de altos executivos. “Para ter as melhores cabeças, muitas empresas estão ressuscitando a antiga prática de pagar luvas para tirar o talento de onde ele está”, afirma Fialho, ao detalhar que nesse tipo de prática, o profissional recebe um bônus no momento da contratação.
Vantagens
O cenário de transformações é reflexo das mudanças que os grandes grupos brasileiros vêm enfrentando de cinco anos para cá. Muito mais profissionalizados, eles evoluíram e muito em seu modelo de gestão e hoje competem de igual para igual, inclusive no mercado internacional. Posição que as coloca na lista das mais desejadas pelos executivos. "É raro ver um profissional de uma subsidiária brasileira próximo ao poder ou ter ação direta nos resultados da companhia”, diz a consultora de remuneração da consultoria de recursos humanos Mercer, Ana Paula Henriques.
Essa é uma das razões que vêm contribuindo para que os executivos troquem as multinacionais por empresas nacionais, que por outro lado estão se tornando mais atraentes pelas fortes políticas de incentivos de curto (bônus) e longo prazo (programas de stock options ou opções de compra de ações da empresa por um preço prefixado). Segundo Ana Paula, ao contrário do que existia antes, as empresas nacionais passaram a apostar em ações de longo prazo.
“Ou seja, além de salários fixos melhores e bônus mais agressivos, executivos de companhias brasileiras contam com programas de stock options mais bem estruturados”, ressalta. “Enquanto as múltis que, depois dos problemas com a crise, optaram por políticas mais conservadoras de ganhos e massificadas, que não atendem às realidades locais das subsidiárias”, diz Ana Paula.
Para se ter um exemplo da diferença salarial, a última pesquisa da Mercer realizada com 311 empresas de grande porte instaladas no País mostrou que um presidente de companhia brasileira recebeu de bônus em 2009 o equivalente a dez salários, enquanto o número um de uma multinacional ganhou apenas seis salários extras de recompensa. No caso de diretores, o executivo de uma multinacional recebeu em bônus a metade se comparado a um executivo de empresa brasileira.
Fonte: CIO -UOL